Nesta primeira parada, o Quilombo Malhadinha recebeu a equipe NINJA e compartilhou mais sobre a realidade destes povos que vivem lá há mais de um século.
A Casa NINJA Amazônia Tour começou sua segunda circulação pelas amazônicas brasileiras pelo estado do Tocantins.
E a primeira parada foi no Quilombo Malhadinha, que fica em Brejinho de Nazaré, a 107 km de Palmas e à direita do córrego Brejinho, que originou seu nome.
Com origem no século XIX, a cidade ainda mantém viva a cultura de festejos feitos anualmente, tendo como padroeira Nossa Senhora de Nazaré. Brejinho reafirma historicamente a resistência dos povos quilombolas e sua ancestralidade, retratada na perpetuidade das tradições e nas narrativas contadas por seus descendentes. Os quilombolas nasceram no município de Brejinho e testemunharam o crescimento da região.
“Meu vô sempre falava pra gente… meu vô Marcelino Ribeiro de Souza, que quando ele se entendeu por gente esse pé de pequi já existia. Ele faleceu com 83 anos, então assim, a gente estima que só esse pé deve ter mais de 150 anos”, afirma Gederson Moreira, quilombola da Malhadinha.
No município, os quilombos buscam difundir sua cultura em inúmeras iniciativas. Dentre elas, estão as Quiolimpíadas, um evento idealizado por Edson Gleiber, que une esporte e tradição, interação e troca de conhecimento. Realizada em setembro, este ano aconteceu a 8ª edição das Quiolimpíadas em 3 dias de evento.
Passagem da Casa NINJA Amazônia Tour
No Malhadinha, a equipe da casa ministrou uma oficina de comunicação. Quem recebeu a equipe foi o vereador quilombola Gederson Moreira, que também apresentou a produção de farinha e de polpas de frutas do quilombo. Os produtos são comercializados nas feiras em Porto Nacional, às quartas e domingos. As vendas são feitas em nome da Associação Comunidade Quilombola Malhadinha.
Já José Reis recebeu a equipe debaixo da mangueira centenária do Malhadinho, a maior de Brejinho. No sol escaldante do Tocantins, a sombra refrescante do majestoso pé de manga foi super bem vinda. José também falou acerca das mudanças ocorridas com o tempo, como a escassez de água, por exemplo, uma realidade enfrentada pelos quilombolas. Ele recordou os tempos em que a água não faltava:
“Tinha o córrego Furado, o córrego não secava, aí de pouco tempo pra cá ele secou…(…) aí teve que furar poço artesiano”.
Com fortes raízes na vivência quilombola, a Malhadinha ainda se mantém apegada ao plantio de mandioca, milho, arroz e nas hortas comunitárias, que integram boa parte dos quintais. A criação de galinhas e de porcos também são uma realidade local. A comercialização destes produtos tornou-se uma das principais fontes de renda do quilombo. Eles também criam peixes em tanques e barragens, a maioria é para consumo próprio.
Diante disso, os quilombolas lutam pela preservação do solo e da natureza, buscando respeitar o tempo de produtividade da terra, e valorizando os insumos naturais existentes no quilombo.
O quilombo de Malhadinha integra o Brejinho de Nazaré, que é uma parte do vasto Tocantins. É um lugar de povos quilombolas, indígenas, ribeirinhos que através de sua resistência, firmam sua importância para o legado tocantinense.
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