Nesta quinta-feira, 28, os feminismos argentinos voltaram às ruas sob o lema “Unidade contra o avanço da direita e em defesa dos nossos direitos”. Tal ato aconteceu faltando menos de um mês das eleições presidenciais que têm Javier Milei e Patricia Bullrich como principais expoentes da extrema direita nas eleições. E o Emergentes foi acompanhar e cobrir as mobilizações.
Nesse sentido, o sindicato intersindical dos trabalhadores, que reúne as diferentes centrais sindicais e movimentos sociais, garantiu que “é uma prioridade voltar às ruas e apelar à unidade do movimento, para demonstrar a nossa força”. Em um contexto onde “você pode ver que a possibilidade de muitas mulheres se aposentarem foi afetada, e que tem ameaças com mais ajustes e mais dívidas”. Na agenda feminista desta mobilização, a luta por vidas dignas e pelos direitos dos trabalhadores está no centro da cena, assim como a defesa da Educação Sexual Integral e da autonomia dos corpos.
Ni Una Menos
Ni Una Menos é um dos grupos que organiza a mobilização, e desse espaço, Luci Cavallero afirma: “Aproveitamos que já existia o aniversário de 28 de setembro, historicamente o Dia Global do Ação pela Lei do Aborto Legal Seguro e Gratuito, mas desta vez saímos porque é necessária uma ação urgente. O resultado eleitoral vem para cristalizar um sentimento que já existia, de um empoderamento de personagens que vemos no meios de comunicação que agora estão desinibidos, atacando diretamente a organização feminista, os direitos que conquistamos, mas também a organização de direitos humanos, o sindicalismo. Há um ataque permanente à organização popular por parte desses candidatos de ultradireita e de direita.”
As pesquisas anteriores às eleições primárias onde são escolhidos os candidatos já sugeriam isso, mas depois da vitória de Milei, os números falava com total clareza: a maioria das mulheres desaprova o libertário. Portanto, o feminismo está mobilizado pelos direitos e contra a direita neste #28S.
Redes, feminismo e mídia independente
O papel da mídia independente na Argentina será fundamental neste momento de luta política. Serão elas as principais vozes que explicarão a resistência dos feminismos nas ruas para evitar novos retrocessos. Ni Una Menos irá compartilhar diferentes produtos das iniciativas midiáticas de todo o país.