Nave Brasília recebe o 1º Encontro das Juventudes do Cerrado

por | ago 14, 2025

Foto: Midia NINJA

Entre os dias 11 e 13 de agosto, a Nave Brasília sediou o 1º Encontro das Juventudes do Cerrado, reunindo cerca de 30 jovens de diferentes territórios e comunidades do bioma. Vindos do Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Distrito Federal, os participantes representaram povos indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco, ribeirinhos, assentados, flecheiros, extrativistas e organizações comunitárias que lutam pela justiça socioambiental e pela defesa do Cerrado.

O encontro foi uma realização da Rede Cerrado, Frente Parlamentar Ambientalista, GT Juventudes, GT Cerrado e Mídia NINJA, com apoio de organizações parceiras. A programação incluiu rodas de conversa, oficinas de formação e momentos de diálogo direto com parlamentares e lideranças políticas.

Comunicação e incidência política

Dois eixos guiaram os debates: comunicação e incidência política. No campo da comunicação, os jovens conheceram a trajetória da Mídia NINJA e participaram de oficinas com referências do jornalismo e do ativismo digital, como o fotógrafo Lula Marques (EBC), o jornalista Aldem Bourscheit (O Eco) e o influenciador Bernardo Moreira.

Já no campo político, o grupo mapeou demandas urgentes dos territórios e levou suas vozes ao Congresso Nacional. No Dia Internacional da Juventude (12/08), foram recebidos pela deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), a deputada Dandara (PT-MG), o deputado Nilto Tatto (PT-SP) e o deputado Bohn Gass (PT-RS), todos da Frente Parlamentar Mista Ambientalista. Na pauta, questões como acesso à água, soberania alimentar, permanência das juventudes no campo, avanço da monocultura, mineração, queimadas e regularização fundiária.

Vozes do território

Para muitos participantes, o encontro foi uma experiência transformadora.

“O que mais me marcou foi a importância de saber fazer incidência em políticas públicas. Precisamos nos posicionar e levar nossas pautas para quem toma as decisões”, destacou Geniffe Kariny, jovem militante do MST e integrante da Coalizão Vozes do Tocantins.

“Casar as experiências foi fundamental. Tivemos contato direto com deputados e lideranças, o que mostrou a importância de termos aliados em todos os espaços”, afirmou Caylane Gleize, jovem da EFAPN.

“Saímos esperançosos, munidos de novos conhecimentos e ainda mais resistentes na defesa do Cerrado, o bioma mais ameaçado do país”, completou Emizael Francisco, estudante da UFT e membro da Coalizão.

Cerrado vivo, juventude forte

Mais do que um encontro, a programação foi um espaço de conexão, troca e fortalecimento das juventudes do Cerrado. As discussões reforçaram a urgência de defender o bioma e valorizar os povos que o habitam, trazendo à tona a importância da comunicação ativista e da articulação política para transformar realidades.

A realização contou com o apoio do Fundo Ecos, ISPN, IEB e CEPF, e a parceria de organizações como a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, Engajamundo, A Vida no Cerrado, Jovens pelo Clima, Centro de Agricultura Alternativa (CAA) e Articulação da Juventude Xakriabá.

Com informações da Rede Cerrado, Vozes do Tocantins e Copabase

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