Greve histórica mobilizou estudantes em defesa do direito à educação


Naquele 15 de maio de 2019, as ruas de todo o Brasil se tornaram palco de uma greve histórica protagonizada por estudantes. Em uma mobilização sem precedentes desde a eleição de Bolsonaro, manifestações em mais de 200 cidades do país e do mundo reivindicaram o direito ao estudo e protestaram contra os cortes no orçamento das universidades públicas. Naquela ocasião, a rede de Estudantes NINJA estava com dois meses de atividades. Ela surgiu justamente de erupção de estudantes organizados para narrar o cotidiano das ruas, em protestos e denúncias contra o descaso da política educacional.
A Mídia NINJA participou da cobertura dos diversos atos em todo o país por meio de sua rede de estudantes. Uma chamada foi divulgada nas redes sociais para que estudantes se somassem à NINJA em uma rede específica para a comunidade acadêmica, tendo a cobertura do 15 de maio como primeira experiência de ação conjunta.
O canal do Instagram havia começado o dia com 3.881 seguidores. Terminamos com 19.813. Mais de 400 estudantes colaboraram diretamente em tempo real e 770 publicações, ao todo, foram divulgadas nas redes. Ao todo, foram mais de 3200 imagens recebidas.


















Os atos haviam ganhado força após o anúncio do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre o corte de 30% dos recursos destinados às universidades. Embora o Ministério da Educação tivesse justificado a medida com base na redução da arrecadação de impostos, Weintraub alimentava o discurso de censura ideológica ao criticar as instituições de ensino por supostamente promoverem “balbúrdia”.
Desde então, diversas universidades e institutos anunciaram a iminente paralisação de suas atividades devido à falta de recursos. O impacto dessa medida se estendeu também às instituições de educação básica, que o governo havia prometido priorizar. Nas ruas, os estudantes levantaram não apenas a questão dos cortes de verbas, mas também denunciaram a precariedade das escolas e universidades, clamando por políticas que fortalecessem essas instituições.
As manifestações não se reduziram à agenda do dia 15 de maio. Diversas atividades como atos e aulas públicas fizeram parte da agenda de estudantes, professores e servidores das instituições de ensino durante toda a semana. Outra greve nacional já foi convocada para o próximo dia 30 de maio.
No decorrer das manifestações, o governo Bolsonaro menosprezou os milhões de estudantes que saíram às ruas chamando-os de “idiotas úteis”. O ministro Weintraub, durante sua participação no Congresso Nacional, endossou a posição do presidente e reforçou as medidas de congelamento do orçamento das instituições de ensino. É importante ressaltar que esses bloqueios foram realizados sem qualquer discussão com a sociedade ou o próprio parlamento.
A mobilização dos estudantes demonstrou a relevância do tema e a preocupação com o futuro da educação no país. A luta em defesa do direito ao estudo e por instituições de ensino fortalecidas continua, pois a educação é fundamental para o desenvolvimento e o progresso da sociedade.