“Os Quatro Compromissos”, livro de Don Miguel Ruiz, trata de tecnologias ancestrais de um povo detentor de um conhecimento para uma vida em comunidade
Por Pamela Ortiz
Antes de trazer leituras sobre esse livro, queria compartilhar algo que vivi por décadas.
Não sou uma pessoa que tem o hábito da leitura, há anos busco criar mecanismos pra vestir essa skin. Desde muito tempo, eu via as pessoas lendo livros e pensando como era incrível mergulhar em universos das palavras e se deixar engolir por uma onda de sentimentos que aquela leitura te proporcionou. Eu nunca tinha sentido isso lendo um livro.
Quando digo ler, não é a matéria no portal de notícias ou um post no instagram. Digo livros mesmo, detentores de tando conhecimento e que guardam informações há décadas, atravessando gerações. Livros com capas, capítulos, dedicatórias. Eu pegava até os livros mais curtos em busca dessa inspiração. Nunca deu certo.
Em 2023 eu tentei mais uma vez e nessa tentativa, fui buscar livros de autoconhecimento que envolviam tecnologias de comunidade e saberes ancestrais. Então, pela primeira vez, conheci um livro que me agarrou e me rendeu reflexões.
Um livro fascinante do escritor mexicano Don Miguel Ruiz, que me trouxe muitos saberes sobre a filosofia Tolteca. Com as tecnologias ancestrais desse povo entendi como eles usaram seus conhecimentos para criar uma comunidade baseada em quatro compromissos essenciais.
São um pouco mais de 100 páginas, mergulhei na sabedoria ancestral e entendi um pouco mais sobre o “ser reator de luz no mundo” que a gente tanto fala nas nossas comunidades de maneira orgânica, aprendi sobre inteligência emocional, viver em comunidade e encontrar a liberdade coletiva.
Os Toltecas não era só uma nação ou raça. Eles eram cientistas, artistas e mestres do conhecimento, conhecidos como “Nagual”, capazes de transcender a realidade ordinária e conectar-se com dimensões mais elevadas de pensamentos.
O livro revela tecnologias do saber de um povo que foi, por muito tempo, obrigado a manter a sua existência na clandestinidade, porque eram perseguidos e precisaram ocultar o conhecimento porque parte não estava preparada para usar dessa inteligência.
Parte dos saberem envolviam princípios para aplicar na vida diária: 1) seja impecável com a sua palavra; 2) não leve nada para o lado pessoal; 3) não tire conclusões; e; 4) sempre dê o seu melhor. Esses princípios facilitaram na reflexão do desapego dos vícios da vida cotidiana e a descobrir uma existência mais leve e plena.
Uma curiosidade que me instigou foi saber como Don Miguel fez para se conectar com essas informações e para conseguir narrar todos esse conhecimento, ele precisou acessar sua ancestralidade para trazer uma rica fonte de saberes, os Toltecas são seus antepassados e resgatando todo o histórico quase que apagado de quem estava lá antes dele, se deparou com um verdadeiro ouro. Os antepassados são mesmo a biblioteca do mundo.
Para encerrar, queria compartilhar com vocês uma frase que li no livro e que é simples mas que faz todo o sentido. “Se você romper um compromisso, comece outra vez, no dia seguinte, e novamente no dia que virá depois.”
É como eu, buscando a inspiração pela leitura. Mesmo com as tentativas falhas, fui e recomeçava. Tudo no tempo certo. Sem pressa mas sem pausa.
O próximo livro que quero ler é “O Domínio do Amor”, um livro que mergulha na essência do amor próprio. Don Miguel Ruiz afirma que, do ponto de vista da filosofia tolteca, tudo é feito de amor e apenas ele pode produzir felicidade ― inclusive aquela que está dentro de você.