A terceira edição do Festival SOMAS aconteceu em Manaus no final de maio, em parceria com a Bafão, festa do selo SujaRec, colocando o protagonismo dos shows e público das oficinas nas pessoas trans e não binárias. Além das oficinas, aconteceram uma roda de debate e um pocket show no Palácio Rio Negro.
O SOMAS começou com a oficina de elaboração de projetos, facilitada por Elisa Maia, cantora, produtora e uma das realizadoras do Festival pelo Coletivo Difusão. Elisa conta que a oficina foi pensada para aproveitar o gancho do lançamento da Lei Paulo Gustavo para apresentar modelos de editais, projetos possíveis, ideias de captação.
Elisa explica que desde 2018, o SOMAS tem como objetivo fortalecer mulheres e a construção da cena na cidade, e em 2019, homens também passaram a poder participar da formação, mas mulheres sempre foram prioridade nela, além do espaço dos shows e como corpo docente. Depois de uma pausa de dois anos por conta da pandemia, a oficina muda o foco para o público LGBT e aumenta os horizontes, estabelecendo uma troca maior para pensar acesso de recursos pelos agentes culturais. A oficina, que foi feita em duas etapas nos dias 25 e 26, ainda gerou um grupo de discussão para troca de projetos, informações e editais possíveis.
Ainda na parte de formação, Mafel, multiartista travesti da cena ballrrom amazonense e empreendedora a frente da marca Garra, ministrou uma oficina sobre miçangaria ancestral. A “Garras de Pomba Gira” reuniu os participantes para criar adereços e amuletos futuristas, utilizando técnicas de miçangaria ancestral, mas com elementos como pipoca, que são baratos e acessíveis.
No sábado, 27, o Palácio do Rio Negro também recebeu a roda de conversa Parada Musical pelo Clima, para falar sobre as emergências climáticas junto com ativistas, mobilizadoras, artistas, pesquisadoras, produtoras, gestoras, pensando no papel da cultura em refletir, em especial no contexto da Amazônia, como a luta pela regulação do clima global é importante. A partir da cultura, é possível pensar lutas conjuntas pela cura e futuro do planeta.
O selo SujaRec foi responsável pela curadoria da parte artística do festival, e junto com o Coletivo Difusão, promoveu o pocket show que aconteceu no sábado, 27, com artistas da cena ballroom de Manaus como Mafel e Guillermo fazendo seus Djs sets, além de apresentações de Elisa Maia e Juma e performance de Xuri Pratinha.