loader image

Cristalino Lodge: um santuário amazônico no norte de Mato Grosso

by | jul 3, 2023

Saiba mais sobre este lugar no Rio Cristalino, em Alta Floresta (MT), que foi um dos pontos de parada da tour da Casa NINJA Amazônia

Por Lidiane Barros

A cidade que nasce em 1976 como mais uma iniciativa de colonização da Amazônia, ganhou esse nome por conta da floresta com mata densa e alta da região. Para manter as características originais, mesmo em meio ao avanço da urbanidade, há projetos de incentivo de plantio de árvores e recuperação de nascentes em curso. A cidade possui também uma área de reserva particular dentro da cidade, que não deixa a população esquecer das origens. 

Cristalino Lodge

No município dotado de rica biodiversidade – muitas plantas e animais são endêmicos dessa porção Sul da Amazônia, nossa primeira parada foi o Cristalino Lodge, hotel construído em plena floresta amazônica. Para chegar lá, percorremos um trajeto de estrada de chão e depois, seguimos de barco navegando sobre as águas dos rios Teles Pires e Cristalino. Na “vizinhança” estão os parques estaduais Cristalino I e II. 

Um deck às margens da floresta anuncia que chegamos ao Lodge. Subindo as escadas que dão acesso ao hotel, fomos recepcionados em um bar-deck onde fica também o restaurante. Dona Vitória da Riva, proprietária do lodge e uma das pioneiras do turismo na Amazônia nos esperava lá. A propósito, no menu do restaurante figuram pratos da culinária brasileira com ingredientes orgânicos e regionais, com um visual impactante. Nos cafés da manhã e almoço, tendo a floresta e rochedos incorporados à sua arquitetura. Já no jantar, a atmosfera é de aconchego, à luz de velas.   

Um pouco depois da nossa chegada, assistimos a uma palestra que é dada a todos os visitantes, na qual a própria Vitória nos contou sobre a história de formação da cidade, ciclos econômicos, geografia e a importância ecológica da região, além de contar sobre as instalações sustentáveis do hotel.

A infraestrutura conta com energia solar limpa, aquecimento de água, tratamento de resíduos biológicos, centro de triagem e reaproveitamento de materiais recicláveis, além de arquitetura inteligente incorporada à paisagem e com ventilação natural, o que nos bangalôs, dispensa o uso do ar-condicionado. Ah! E o lodge tem internet a todo tempo.

Torre de observação

No dia seguinte, acordamos às 4h da manhã para chegar até uma das duas torres de 50 metros – altura que equivale a um prédio de 20 andares – para assistir ao nascer do sol. 

De lá, a rica fauna e flora podem ser apreciadas. O visitante pode ter a sorte de assistir a um coral de bugios no alvorecer. O local é um dos principais destinos para a prática de bird watching.

Essa região é conhecida por ser a mais rica em biodiversidade da Amazônia brasileira, com 850 espécies de aves catalogadas na região, sendo 50 endêmicas, e mais de 1570 espécies de borboletas e mariposas. Também há expressivo número de espécies catalogadas de répteis (43); anfíbios, (29), mamíferos (36) e peixes (16). A diversidade resulta das variações de altitude e concentração de seis comunidades naturais: floresta de terra firme, floresta estacional, de igapó, varjões, afloramentos rochosos e o rio Cristalino. 

Trilha da Castanheira

Então, voltamos ao hotel e saímos novamente, desta vez, de barco, pelo rio Cristalino até a trilha da Castanheira, onde estivemos de frente a uma das castanheiras mais antigas que se têm notícia: botânicos estimam que ela tenha no mínimo, 800 anos. Durante a incursão, a bióloga e guia Cynthia Lebrão foi supergenerosa conosco, compartilhando seu vasto conhecimento sobre a região.

Projetos de pesquisa

A proprietária do Cristalino Lodge, Vitória da Riva, também mantem a Fundação Ecológica Cristalino, dedicada à conservação ambiental e apoio a pesquisas. Assim, os visitantes podem conhecer ainda, alguns dos projetos desenvolvidos ali, financiados dentre outros fundos, pela cobrança das taxas de alojamento. 

Na trilha para a castanheira, por exemplo, conhecemos o Looking For Jaguar, que monitora onças na reserva. O pesquisador Lucas Eduardo de Araújo, que também é coordenador da FEC, nos explicou tudo enquanto trocava as pilhas de uma câmera trap; ele também nos mostrou imagens captadas. O intuito do projeto é mensurar se há impacto das visitações sobre a fauna local. Os primeiros sete meses, até maio de 2023, indicaram que não houve qualquer prejuízo ecológico. 

Pensando em ir para lá?

Acesse https://linktr.ee/cristalinolodge para mais informações.

Fotos: Jhenifer Catherine e Mídia NINJA

VOLTAR