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Conexões globais: Nave Coletiva recebe parceiras da Índia, Chile e Venezuela

by | jul 27, 2023

Por Juan Espinoza

Foto: Juan Espinoza / Mídia NINJA

As conexões internacionais avançam na sede da Mídia NINJA em São Paulo. Nesta semana, recebemos na NAVE Coletiva a jornalista chileno-venezuelana Taroa Zuñiga, suas duas filhas Julieta e Eloisa, sua mãe Soledad Silva. Quem também esteve pela Nave foi Vijay Prashad, renomado historiador e jornalista investigativo indiano, juntamente com sua filha Rosa. Fizemos um passeio completo pela NAVE, com narrações dos momentos emocionantes da construção das redes Fora do Eixo, Mídia NINJA e Floresta Ativista.

Estas foram visitas de membros da nossa “comunidade alargada”, parceiros com os quais tecemos laços nos últimos anos em diferentes países. Eles são como nossa família, nossos amigos e nossos semelhantes, com os quais compartilhamos sonhos, referências, resistências e afetos.

Foi assim que começaram a surgir conversas sobre territórios e temas comuns. Soledad Silva, que se autodenomina avó, é presidente da Fundação Sol del Illimani, ligada ao lendário grupo musical chileno Inti Illimani, presente na resistência ao golpe militar que há 50 anos pôs fim à vida de Salvador Allende e, com ele, centenas de homens e mulheres que empreendiam o projeto da Unidade Popular. Um golpe militar que fez desaparecer e exilou mulheres, homens, sonhos e construções, um golpe que instaurou um regime militar, obscurantista e conservador que durante 17 anos se encarregou de cortar todas as sementes sociais e de esperança que brotavam no país transandino, um regime sangrento de Pinochet do qual, até agora, o povo chileno ainda está a recuperar. 

Nascido na Índia, Vijay Prashad, outro dos nossos visitantes, é um reputado jornalista, historiador e investigador marxista ligado aos principais movimentos sociais de esquerda do mundo. É diretor do Instituto Tricontinental de Investigação Social. Produziu estudos em diversos países da América Latina e do mundo, e autor de vários livros e textos que podem ser encontrados online. Em um dos seus textos, que analisa os conflitos bélicos no mundo, afirma:

“A guerra nunca é boa para os pobres. A guerra nunca é boa para os trabalhadores. A guerra em si é um crime. A guerra produz crimes. A paz é uma prioridade.”

Encerramos a manhã com uma pequena reunião na qual pudemos estabelecer algumas agendas e ações comuns que nos propusemos a compartilhar nos próximos meses a partir dos afluentes da Floresta Ativista. Por fim, almoçamos no delicioso refeitório coletivo da Nave e compartilhamos nossas impressões sobre as sensações vividas durante a visita.

Focamos no trio geracional de avó, mãe e filha. Soledad Silva, a avó, disse: “Um outro mundo é possível, foi o que pensei quando cheguei aqui”. Ela acrescentou:

“Para a minha geração, ver um projeto deste tipo, um projeto comunicacional mas sobretudo um projeto cultural, inclusivo, amplo e de estética absolutamente diversa, é encorajador”.

Ela também disse: “É importante sabê-lo porque é inspirador para aqueles de nós que trabalham e sempre têm em mente discursos e projetos que nos fazem sentir e pensar a partir da América Latina e como latino-americanos”. Ela concluiu: “Felicito-vos, a Nave é maravilhosa”.

Taroa Zúñiga, a mãe, disse: “Acho que é muito emotivo. Há uma parte emocional que é ativada e concretizada por estar aqui. Precisamente a partir da possibilidade, das perspectivas para o futuro. É por isso que também é muito importante para mim poder fazer isso em uma visita transgeracional. Das possibilidades de um mundo novo que se abre para as novas gerações de artistas e comunicadores. A Nave é uma demonstração de que se pode fazer algo diferente, que se pode fazer outras coisas”.

Julieta, a filha de 13 anos, disse: “Estou muito surpreendida com a quantidade de pessoas que se juntaram para criar um lugar tão criativo e familiar. Também para mostrar que as pessoas podem se juntar apesar do que está acontecendo dentro e fora do país. Em geral, estou surpresa com o fato de tantas pessoas terem conseguido se juntar para criar um lugar tão criativo, bonito e seguro”.

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