No final de 2021, a Floresta Ativista embarcou em uma jornada na busca de um terreno para construir sua nova morada. Duas opções se apresentaram: Caraíva e Chapada Diamantina. E assim, após visitarem ambos os lugares, a escolha ficou clara: a Chapada Diamantina seria o cenário perfeito para essa nova empreitada. Com o terreno localizado aos pés do imponente Morrão, a comunidade sentiu que havia encontrado um lugar mágico e privilegiado.
Percurso até o Terreno na Chapada Diamantina
Em seguida, após a confirmação do local, a Floresta se mobilizou em um rateio coletivo para viabilizar o projeto. Com o terreno em mãos, uma comitiva composta por Lenissa Lenza, Leleca Santos e Ana Pessoa passou dois meses no Vale do Capão. O objetivo do grupo, foi conhecer melhor a região, sua cultura, história e belezas naturais. Essa experiência inicial confirmou a acertada escolha pelo Capão.
O território se revelou como um lugar preservado, politizado, místico, holístico, natural, ecológico e, ao mesmo tempo, cosmopolita. Por conta disto, frequentemente o Capão é conhecido como “esquina do mundo”, onde pessoas do Brasil, Estados Unidos, Europa e diversos lugares se encantam e acabam permanecendo ali para sempre.
Estrutura e Sistema de Governança
A construção dessa primeira comunidade rural está sendo realizada de maneira cuidadosa, com o objetivo de garantir a participação de todos os envolvidos no projeto. Assim, o grupo realiza reuniões online e encontros presenciais para debater e deliberar sobre os desejos coletivos.
Além disso, durante a estadia da comitiva no local, o grupo desenvolveu um projeto preliminar que serviu de base para a construção com os demais membros. Entre as metas, estão a criação de uma floresta agroecológica, além de espaços dedicados à arte, comunicação, cultura e ao desenvolvimento de suas redes.
O Encontro entre a Floresta Ativista e a Chapada Diamantina
A vivência da Floresta Ativista na Chapada Diamantina foi extremamente rica. O time teve a oportunidade de de explorar as diversas regiões dos seis municípios que compõem o Parque da Chapada. Além de visitar lugares incríveis, como o Vale do Capão, a cidade histórica de garimpeiros, Igatu, também entrou no roteiro. A cidade está sendo repovoada após abandono e é conhecida como a “Machu Picchu brasileira” devido às suas impressionantes ruínas de pedra.
Já em Ibicoara, a aventura ficou por conta de uma surpreendente e gelada cachoeira. Para alcançá-la, as pessoas precisam chegar nadando após atravessar um corredor de pedras impressionante.
Um Terreno para Chamar de Nosso!
A possibilidade de construir fisicamente a primeira casa e comunidade ecológica da Floresta Ativista é encarada com grande empolgação.
“A gente tá muito entusiasmado. Foi preciso conter nossa ansiedade pra que o resto da comunidade nos acompanhe. A possibilidade de começar uma construção do zero, pensando conceito de bioconstrução, permacultura, sustentabilidade é muito animadora. Ter uma comunidade ecológica na esquina do mundo, dentro do Cerrado da maior Chapada do Brasil, é um sonho! Acreditamos ser possível a ligação do que há de mais essencial na natureza e na urbanidade. Talvez seja essa conexão a resposta pra mudarmos de vez o mundo”, afirmou Lenissa Lenza, que encabeça o projeto.
Assim, a Floresta Ativista encontra na Chapada Diamantina o local ideal para sua nova empreitada: o Vale do Capão. Com um terreno aos pés de uma das maiores atrações da Chapada Diamantina, uma comunidade ecológica e sustentável, está sendo gestada. A busca é, portanto, por uma vida integrada à natureza e em harmonia com o meio ambiente. A construção física da comunidade é um passo emocionante para o grupo que acredita que essa conexão entre natureza e urbanidade pode ser a chave para muitas transformações que o mundo precisa.