
O último fim de semana marcou o início do Circuito Literário de Brasília, que teve como convidado especial o escritor Jefferson Tenório, vencedor do Prêmio Jabuti. A proposta do encontro foi clara: conectar-se com a comunidade literária local em toda a sua diversidade — de clubes de leitura a bibliotecas populares e grupos de slam.
Em vez de se concentrar apenas no Plano Piloto, a organização fez questão de ocupar também as cidades satélites, aproximando-se de bibliotecas comunitárias e lideranças locais. “Nosso esforço foi reunir uma plateia que representasse diferentes experiências com a literatura, criando um ambiente de escuta e troca real”, destacou a produção.
Com apenas duas semanas de preparação, o evento enfrentou desafios logísticos e financeiros, mas encontrou força em colaborações pontuais, como o apoio de articuladores locais na mobilização de público. O resultado foi um encontro marcado pelo diálogo entre Tenório e uma plateia plural, que refletiu sobre literatura, territórios e identidade.

A edição inaugural do Circuito não pretende ser um ponto isolado. A organização já mapeia futuras participações de autoras e autores como Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves, sempre com a prioridade de dar palco a vozes periféricas, negras, indígenas e femininas.
“Esse circuito é um primeiro passo para articular e mobilizar a cena literária com esse horizonte em mente”, explicou Dríade Aguiar, uma das realizadoras do evento.
O projeto também aponta para um horizonte maior: a criação da FLIC — Feira Literária da Capital, que busca se consolidar como um grande encontro de saberes em Brasília.