Por Lidiane Barros
No nosso terceiro dia de jornada, chegamos a Cáceres (a 220 km de Cuiabá) de manhã para uma oficina de “Ninjismo: Monte Sua Mídia”. Compareceram ao nosso encontro, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, representantes de vários grupos ativistas locais, que atuam como guardiões dos rios essenciais à preservação do Pantanal. Juntos, trocamos vivências e tecnologias midiativistas, sob a perspectiva de fortalecimento do ecossistema de mídias livres do Brasil. Quem conduziu a atividade foi a co-fundadora da Mídia NINJA, Casa NINJA Amazônia e Fora do Eixo, Marielle Ramires.
Enquanto isso, outra equipe circulava pela cidade com foco na história do conjunto patrimonial e de um importante personagem da cidade, o rio Paraguai. Um dos nossos principais parceiros dessas agendas no município, o pesquisador do Instituto Gaia, Clóvis Vailant nos conduziu nessa imersão. Ao seu lado estavam o historiador especialista em patrimônio histórico, Renato de Arruda e representante da Rede de Comunidades Tradicionais Pantaneira, Edinalda Nascimento.
Renato falou das marcas do colonialismo e ressaltou que o rio, intrinsecamente ligado à vida dos moradores da cidade, também deve ser considerado com um bem do conjunto patrimonial, que chama de biopatrimônio. De outro lado, Nalda falou dos desafios que as comunidades tradicionais, como de pescadores, têm de enfrentar, da expulsão de áreas originalmente ocupadas por eles, até os ameaçadores projetos de hidrelétricas e hidrovias, e ainda, projetos legislativos.
Saímos de lá revigorados pelo histórico de resistência desses personagens e comunidades que seguem na proteção do Pantanal mato-grossense. Clóvis por exemplo, junto ao Instituto Gaia, desenvolve um projeto importante de recuperação de nascentes: mais de 120 já foram restauradas desde o final da década de 1990. Em Cáceres encontramos resistência, mas sobretudo, soluções.
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