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Casa NINJA Amazônia Tour chega em Parauapebas para conexão com ativistas e cultura local

por | set 29, 2023

Foto: Gian Martins / Mídia NINJA

Durante a passagem da Casa NINJA Amazônia Tour pelo Pará, a cidade de Parauapebas, que fica na região sudeste do estado, foi uma das visitadas pela equipe.

Fundada em 1976, a cidade foi emancipada doze anos depois, em 10 de maio de 1988. Conhecida por estar assentada na maior província mineral do planeta, a Serra dos Carajás, Parauapebas tem como característica a forte presença de maranhenses, mineiros e goianos.

A construção da cidade iniciou a partir da descoberta de uma das maiores reservas minerais do mundo na Serra dos Carajás nos anos 1960. Com direito concedido à empresa Vale S.A. (antigamente Companhia Vale do Rio Doce) de explorar minério de ferro, ouro e manganês no local, a empresa construiu uma rodovia asfaltada entre a cidade de Marabá e suas instalações com cerca de 200 km.

Hoje, o município de Parauapebas abriga uma grande quantidade de serras, lagoas pluviais, trilhas e cavernas. Histórica, atualmente a cidade vive um verdadeiro colapso urbano; há muitas invasões, além de inúmeros loteamentos.

Casa NINJA Amazônia em Parauapebas

Foto: Gian Martins / Mídia NINJA

Visitamos a associação dos moradores e trabalhadores do assentamento Palmares II, que fica à 20 km da cidade. Lá, fomos recebidos pelo setor de comunicação do movimento e conhecemos a Rádio da comunidade. A rádio, que antes era comunitária, foi criminalizada pela polícia e teve os equipamentos apreendidos. Hoje, a rádio funciona na web.

O processo de construção do assentamento Palmares II teve início em junho de 1994, quando cerca de 2.500 famílias sem-terra ocuparam uma área concedida pela empresa Vale S.A., mas foram posteriormente despejadas. O assentamento só foi regularizado anos depois, em decorrência de muita pressão.

No Palmares II, vimos um povo que luta pelo território, onde a esperança e a resistência tem transformado suas vidas, enaltecendo iniciativas produtivas, culturais e formativas.

Centro Mulheres de Barro e Instituto de Agroecologia

Também fomos conhecer o Instituto de Agroecologia Latino Americano Amazônico, um lugar que foi fundado em 2009 e propaga conhecimento, valoriza o diálogo com a diversidade de experiências, além de distribuir mudas para reflorestamento.

Com um espaço estruturado para cursos e oficinas, o Instituto demonstra a responsabilidade social de cada indivíduo de proteger e respeitar a natureza.

Já o Centro Mulheres de Barro nos mergulhou em um passado moldado por tantas mãos que através do artesanato, deixaram seu legado na cidade de Parauapebas e hoje inspiram o grupo de Mulheres de Barro.

Formado entre 2005 e 2011, o local hoje reúne cerâmicas produzidas por artesãs da região, resgatando uma história de mais de 6.000 anos. Detalhistas, as “Mulheres de Barro” confeccionam peças contemporâneas que são comercializadas.

Naquelas peças distribuídas pelo espaço, vimos o amor e o cuidado de mãos que contornam cada traço da história e lutam pela perpetuidade cultural de um lugar rico e diverso.

Fomos recebidos por Sandra Santos, que idealizou o espaço. Além de ser uma importante liderança cultural em Parauapebas, Sandra preside o Conselho Municipal de Cultura. Com um olhar vívido, ela carrega consigo o orgulho e a coragem para lutar pela existência das iniciativas culturais.

Roda de conversa

A nossa Roda de Conversa teve a participação de ativistas da cidade. Dialogamos sobre o papel das redes na luta pela perpetuidade da floresta amazônica, onde o reflorestamento é fundamental para a preservação do meio ambiente.

Edificada pelas mãos de tantas pessoas que trabalhavam para ter uma vida melhor, Parauapebas que em tupi guarani significa “rio de águas rasas”, tem como herança a força de um povo que luta pelos direitos iguais e pela floresta amazônica.

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