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Chore se você chorou: Copa Feminina de Futebol

por | jul 26, 2023

Eu não tô chorando – você é que tá

Por Dríade Aguiar

As mulheres da NINJA tem uma ligação especial com a Copa do Mundo Feminina. Em 2019, depois das provocações internas sobre as histórias do futebol que queríamos contar, entramos na cobertura da edição. Convocamos meninas do país todo, entre ex-jogadoras, historiadoras do tema, lideranças de torcidas organizadas exclusiva para mulheres e profissionais em assistir jogos em bar. Com esse time, alcançamos o 3º lugar entre mídia que mais cobriu o assunto, batendo inclusive grandes veículos especializados de esportes. Recebemos dezenas de mulheres nos nossos espaços para assistir jogos juntas, produzimos centenas de conteúdo e pra fechar tudo ainda montamos um programa de análise do jogo após as partidas do Brasil. 

Foi um momento lindo, emocionante, engrandecedor. E não só pelos feitos que batemos como mídia, mas porque começamos a cultivar uma comunidade. Um espaço onde mulheres se sentiram seguras para compartilhar seu conhecimento que sempre era questionado, enquanto os homens brasileiros nascem com credenciais de técnico. 

2023. 4 anos depois. 10 dias para a Copa do Mundo. Preparativos rolando a todo vapor no time do NINJA Esporte Clube, nossa frente que debate sobre desporte e democracia. 2019 foi uma das pedras fundadoras do NEC e hoje, a equipe da Copa FemiNINJA chega aos 3 dígitos de pessoas envolvidas na ação. 

O lance é – entre reuniões, não paramos de chorar. Cheguei a abertura da copa na última madrugada de quinta quase desidratada. Não é só porque eu sou uma canceriana com lua em libra. 

É porque honestamente, como não chorar vendo ações de incentivo ao futebol feminino? Em 2019, a FIFA pagava menos de 10% do valor dado a homens às vencedoras do torneio feminino. Este ano, tivemos um aumento de 300%, ainda abaixo do valor dos homens. De novo, nada de inocentes por aqui – as propagandas querem surfar no hype, soar ser uma empresa amiga das mulheres e poucas delas realmente se importarão com o tema depois de 20 de agosto. 

Mulheres assistindo futebol por todo país | Foto: Erika Borba / Mídia NINJA

Mas eu também não me importo com estas empresas. Não me importo com a FIFA, com as agências de propaganda, com os dirigentes masculinos sabotando a modalidade. Me importo com a história das milhões de garotas que hoje tem a quem a olhar. Me importo com as jogadoras colocando um pé pra fora da invisibilidade. Me importo com o maior número de técnicas mulheres em todas as edições e só uma delas é negra. Me importo com o recorde de ingressos vendidos nesta edição. Com as seleções estreando na competição.

Me emociono porque as meninas da Jamaica precisaram fazer uma vaquinha para se manter na ativa e chegam na Copa sem patrocínios. Porque um terremoto matou 32 membros da Federação Haitiana de Futebol há 13 anos atrás, incluindo o técnico da seleção feminina. Porque essa é a primeira vez que o Vietnã joga em uma Copa, feminina ou masculina. Porque vamos nos despedir de Marta. Porque a imponente Rapinoe teve que lutar na justiça para ganhar o mesmo salário que a fracassada seleção masculina nos EUA. 

Pois bem amigos, no dia da estreia do Brasil na Copa, temos bola e lágrimas rolando. Então compartilho com vocês as campanhas que deixaram meus olhos cheios d’água.


A última dança – Esporte Espetacular


Nycole se despede do pai no aeroporto de Brasília

Jogadoras da seleção respondendo alunas do “Daminhas da Bola”

Escolha Jogar com Elas – Visa 

“É uma menina” – Banco BPI (Portugal)

Apoio à participação da Seleção Francesa – Team Orange 

“Ídolas del futuro”- Lançamento do álbum de figurinhas da Argentina – YPF y BBDO

“What the football” – Expoentes do futebol pelo mundo – Nike

Para terminar, a carta de Marta para todas as meninas que amam futebol.

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