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Mídia NINJA discute política e tecnologia em entrevista à TV Pública Argentina

por | jul 13, 2023

Oliver Kornblihtt, editor de fotografia da Midia NINJA e membro da Frente Internacional, discutiu a conexão entre os movimentos sociais e as novas tecnologias em uma entrevista no programa “Abro Hilo”

Por Majo Giovo

Qual é a ligação entre os movimentos sociais e as novas tecnologias? Em tempos de fortalecimento dos direitos na região, a ocupação das organizações coletivas nas redes sociais também se projeta com muita força. Este processo gera novas possibilidades de articulação coletiva que trazem soluções para os desafios colocados. Esses foram alguns dos disparadores da entrevista que Oliver Kornblihtt, editor de fotografia da Midia NINJA e membro da Frente Internacional, discutiu em “Abro Hilo”, programa sobre cultura e política que é transmitido pelos canais digitais da TV Pública Argentina.

Durante a entrevista, Oliver falou sobre o início do Fora do Eixo e da Midia NINJA, a relação com os movimentos culturais e como foi chegar a uma rede consolidada do Brasil profundo para o mundo. NINJA mudou o seu paradigma de vida – trabalho – ativismo, entendendo o coletivo como principal motor de construção: “Foi uma virada de jogo total na minha vida. É um estilo de vida totalmente coletivo e acho que esse é o principal diferencial da Midia NINJA, seu DNA. Isso graças aos 20 anos de atuação do Fora do Eixo, que já tinha uma base social construída, com coletivos distribuídos por todo o Brasil. E a NINJA nasce disso e através do desenvolvimento de tecnologias sociais coletivas que vem da cultura. A partir daí entendemos como cobrir, como contar o que acontecia na rua. Isso nos deu outra visão e para mim foi revolucionário.”

Redes e ruas

Oliver também fez um raconto das primeiras ações da Mídia NINJA. Assim, explicou qual foi a origem da construção de um meio de comunicação aberto, plural e que disputava novos imaginários no Brasil e no mundo. A cobertura das manifestações de junho de 2013, que marcaram um antes e um depois na rede. “A cobertura coletiva e em tempo real e a estética pop para ocupar as redes e ruas, essa foram algumas das ferramentas que fizeram a diferença no nosso trabalho e na forma de narrar os protestos sociais”, afirmou.

Nesse sentido, como os movimentos sociais podem se apropriar destas tecnologias para transformar o território? Oliver relembrou alguns dos desafios políticos do Brasil nos últimos anos. Durante os 4 anos de governo de Jair Bolsonaro, a criminalização do protesto e a perseguição aos movimentos de luta como os povos indígenas foi marcante. “Foi um momento muito assustador porque eles correram o eixo completamente a direita. Mas foi ali que entendemos mais que nunca que a saída é coletiva. Nosso trabalho, como o de muitas outras mídias independentes, seria essencial para os tempos que viriam. Em suma, trata-se de conectar lutas, conectar-se com os saberes ancestrais dos povos originários com as novas tecnologias e construir novas ferramentas coletivas para as nossas lutas.”

Para assistir a entrevista na íntegra confira a partir do minuto ’50 :

Essa semana a NINJA.Foto também deu uma aula de fotojornalismo para uma universidade argentina, confira aqui!

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