Por Wender Zanon
O “Mês do Rock” de Sapucaia do Sul é composto por quatro eventos: Trilhapalooza, Trilhando Arte, Dia Mundial do Rock e Rock na Praça. Até o momento, já se apresentaram 74 bandas e foram arrecadados cerca de 500 quilos de alimentos, além de muitas peças de roupa.
A entrada é gratuita, mas sugerimos que as pessoas façam uma doação. E, bem, está sendo uma experiência muito gratificante produzir um evento com 100 bandas, mas o mais incrível é ver o impacto e a energia que isso gera no público. Com público, refiro-me tanto às pessoas que comparecem aos shows quanto aos próprios artistas, que interagem e conhecem novos trabalhos. Essa troca de experiências e vivências era algo que desejávamos desde o início da produção desse trabalho, mas leva tempo, articulação coletiva e muito trabalho para que o sonho se concretize.
Bom, há muitas bandas boas se apresentando. E não é surpresa, mas como dizem, só conhecemos realmente uma banda e seu som ao ver o desenvolvimento do grupo ao vivo. E acredito que sentir essa potência também seja uma grande motivação desse projeto. As pessoas também estão muito comprometidas com os horários, o que tem sido um ponto extremamente positivo do festival.
Para vocês terem uma ideia, em todos os eventos até agora, houve dois palcos e, desde o início, o som só para no encerramento com a última banda. Não há troca de palco nem um minuto de silêncio, quando uma banda termina de tocar em um palco, a outra já começa a tocar no outro. Essa dinâmica tem sido muito legal!
Como mencionado anteriormente, desde o início desse processo, nossa intenção era criar um espaço de convivência entre as pessoas, um lugar para a troca de ideias, para a experiência do “ao vivo”, do encontro. Até agora, a maioria dos eventos aconteceu no Trilha Hub Cultural, que é um espaço com sala de estúdio, técnica de gravação, um pub e uma área externa que funciona como estacionamento e área para fumantes, além de ser o ponto de encontro clássico. Sentíamos que estávamos criando um espaço de convivência entre as bandas, entre as pessoas que tocam e convidando o público para prestigiar e participar.
Oferecer entrada gratuita torna ainda mais convidativo para as pessoas aproveitarem, não é mesmo! Quem organiza eventos sabe disso. Queríamos tirar aquela ideia de “não é um evento que está dando oportunidade para as bandas se apresentarem e mostrarem seu trabalho”, queríamos que o festival fosse “estamos abrindo um espaço para vocês curtirem o trabalho de outras 100 bandas e trocarem ideias entre si”. E foi exatamente isso que pensamos no início e que está acontecendo agora. Acreditamos que isso fortalece a comunidade também!
É muito importante ressaltar também que outra grande alegria que temos com esse evento é a presença de muitas pessoas novas. Há bandas formadas por jovens de 18, 20 e tantos anos. Mas também há muitas pessoas do público em geral comparecendo. E uma coisa estimula a outra.
Já havíamos notado essa participação no Rock na Praça, um evento de rua gratuito, mas agora percebemos que esse pessoal compareceu em três fins de semana seguidos… Isso também é incrível! É maravilhoso ver essa renovação. E essa renovação se estende também à renovação de sons, repertórios, novas referências e novas características que não estávamos acostumados a ouvir anos atrás. É importante reconhecer isso. Para aqueles que dizem que o rock morreu, ele continua vivo e muito vivo, graças à força coletiva da região metropolitana e ao estímulo do novo!
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