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Lutar e festar: o que aprendemos com os povos indígenas

por | set 22, 2023

Foto: Mídia NINJA

Por Raíssa Galvão

Histórico, emocionante, inspirador! A vitória dos indígenas hoje no STF é um marco na luta dos direitos dos povos originários do país. 

Há séculos lutando e defendendo seus territórios, responsáveis pela manutenção da vida no planeta, portadores de cultura milenar e donos de uma cosmovisão muito mais rica e potente do que essa adotada no ocidente, os povos indígenas deram exemplo de perseverança e resiliência. Mesmo com tanto a acrescentar e um legado ancestral, ainda são obrigados a lutar e defender o mínimo de dignidade: o acesso ao território que lhes é sagrado. 

As tentativas mesquinhas da bancada ruralista e daqueles pobres de espírito que não enxergam a potência dos povos indígenas são tacanhas. A tese do Marco Temporal é uma aberração jurídica sustentada por quem tenta, incansavelmente, destruir o planeta e a vida. 

Felizmente – mas não sem muita luta – a tese foi derrotada com placar massacrante para aqueles que envergonham o Brasil. 9×2, sendo os dois únicos capazes de expressar seu ódio aos povos indígenas, aqueles indicados pelo inelegível.

Foram muitos anos de luta, adiamentos, obstruções e manobras para tentar impedir essa vitória. Enfim, a corte suprema se manifestou e entendeu – ainda que com ressalvas -, a necessidade mínima de respeitar a Constituição cidadã que promulgamos em 88, com importante participação de lideranças indígenas para garantir no texto constitucional o entendimento do direito originário às terras ocupadas.

Depois de firmada a maioria contra o Marco Temporal, veremos os jabutis. Exploração de terras indígenas, indenização aos invasores e por aí vai. A única certeza é que vai ter luta.

Nesse dia de emoções e alegrias, celebro junto às parentas, relembro de tantas lutas, tantos twittaços, campanhas, acampamentos e batalhas.

Nos resta comemorar? Sempre! Aprendemos com os parentes que é de festando e lutando que se vive. Celebrando, cantando, dançando e vivendo que recarregamos as energias para novas e novas batalhas. Porque sabemos que elas não se cessam nunca, mas cada vitória é um passo a mais e não aceitaremos nenhum direito a menos.

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