A cofundadora da Mídia NINJA, Fora do Eixo e Floresta Ativista, Dríade Aguiar, foi uma das vozes em destaque no Festival Saúva, evento realizado em Belém com foco em justiça climática, transição justa e participação social no caminho da Cúpula dos Povos rumo à COP30.
O festival teve como principal objetivo mobilizar a população de Belém e região para garantir protagonismo local nos debates internacionais sobre clima. A proposta foi criar uma ponte entre os territórios amazônicos e o cenário global, preparando o terreno para a chegada da COP30 ao Brasil.

Encontro entre movimentos sociais, comunicadores e poder público
Entre os destaques da programação, esteve o esforço de reunir ativistas, comunicadores populares e representantes do poder público em um mesmo espaço, promovendo diálogos abertos sobre o papel da sociedade civil em processos globais.
A mesa final do evento “Da Amazônia para o mundo: Cúpula dos Povos rumo à COP 30”, com participação de Sara Pereira do FASE Amazônia, a Lala Peñaranda da Trade Union for Energy Democracy (TUED) e Vera Paoloni da CUT Pará; e mediada por Dríade Aguiar, trouxe reflexões sobre a participação social nos grandes espaços climáticos, com discussões sobre os desafios e expectativas de uma COP sediada no Brasil.
O debate levantou questões urgentes: como os movimentos sociais estão se articulando, de que forma o Brasil se diferencia das últimas edições da COP – realizadas durante a pandemia ou em países que restringiram protestos – e quais oportunidades se abrem com a realização em solo amazônico.
O Festival Saúva foi organizado pela FASE, a partir de um convite feito por Maureen, que destacou a inspiração vinda de festivais realizados pela rede. A iniciativa contou com a realização em parceria com Fundo Dema, CUT, War on Want, Cúpula dos Povos Rumo à COP30, Armazém do Campo e Grupo Carta de Belém.
Para Dríade Aguiar, o momento é histórico.
“A comunidade climática internacional vai conhecer um Brasil aguerrido. Vão se encantar pelas nossas belezas naturais, cultura e culinária, mas também vão ouvir as vozes dos povos originários, quilombolas, sem-terra e tantos outros movimentos que pensam e vivem o clima de forma profunda. Essa será uma COP potente, de encontro entre povos e de fortalecimento das lutas populares”, destacou.
O Festival Saúva consolidou-se, assim, como um marco de preparação para a Cúpula dos Povos, abrindo espaço para que os territórios amazônicos sejam protagonistas na construção de alternativas frente à crise climática global.